quinta-feira, 18 de junho de 2009

AULA EXPOSITIVA E O MÉTODO


I - INTRODUÇÃO
Este texto é uma tradução adaptada do artigo “The Lecture and Discussion Method for Management Education: Pros and Cons”, dos professores GRIFFIN, Ricky (Texas AM University) e CASHIN, William (Kansas State University). O artigo foi publicado na revista “Journal of Management Development, 8,2).


II - A NATUREZA DA AULA EXPOSITIVA
A aula expositiva é sem dúvida uma das formas mais comuns de instrução utilizadas na educação americana, tanto para o ensino de 1o e 2o grau (crianças) como no ensino de administradores. O que constitui a aula expositiva, entretanto, não é tão claro quanto parece ser; além disso muitos professores não param para considerar as vantagens e desvantagens do método de exposição antes de adotá-lo ou rejeitá-lo. E quando eles efetivamente escolhem utilizá-lo, certamente mais pessoas falham ao considerar como podem melhorá-lo. A proposta deste artigo é ajudar a aumentar a eficácia de instrução dos educadores em administração fornecendo detalhes sobre pontos fracos e fortes da abordagem expositiva e como ela pode ser mais valiosa para os que devem aprender por seu intermédio.
Quem já assistiu uma aula expositiva tem uma idéia aproximada sobre o que constitui uma exposição - alguém fica atrás de um pódio e lê algumas anotações. Na verdade, é claro, muitas aulas vão muito além disto. Mas foi assim que elas começaram. Nas universidades medievais, por exemplo, professores e alunos não tinham livros, os professores liam suas anotações já preparadas a fim de difundir as informações o mais amplamente possível. Mesmo como advento da imprensa escrita, os livros ainda eram artigos raros e até algumas décadas atrás a aula expositiva era, talvez, a única maneira eficaz para ensinar um grande número de pessoas.
Neste artigo usaremos a palavra exposição no sentido de ensinar pela palavra falada: o professor fala e os alunos ouvem e (espera-se) aprendem. O principal meio de ensino é a comunicação de mão única. Por extensão, exposições podem incluir a utilização de muitos meios, como transparências, slides e fitas de vídeo; mas a comunicação ainda é, primariamente, de mão única. na primeira parte deste artigo discutiremos o método expositivo sem considerar a possibilidade de discussão e outras modalidades de comunicação em dois sentidos. Na última parte do artigo as vantagens adicionais do método de discussão.
Estimativas recentes sugerem que a exposição oral é o modo dominante de instrução nas salas de aula de faculdades, empregadas em talvez 75% das aulas. No contexto do ensino de administração a aula expositiva é provavelmente menos difundida, mas aquele percentual não é inferior a 50%. Assim, há portanto uma boa razão para compreendermos as vantagens e desvantagens da aula expositiva.


II - VANTAGENS DO MÉTODO EXPOSITIVO
Por que o método expositivo é tão popular? Há várias razões normalmente aceitas para seu uso abrangente em educação. Primeiro, exposições podem comunicar o interesse intrínseco da disciplina. O(a) expositor(a) pode claramente comunicar seu entusiasmo, que por sua vez, deve logicamente aumentar o interesse da audiência em aprender.
Aulas expositivas também podem compreender materiais ou assuntos não disponíveis por outros meios. Muitas vezes, por exemplo, professores de administração desenvolvem apresentações com uma variedade de recursos. Ao invés de exigir que os participantes comprem e leiam material de diversas fontes, o expositor pode apresentar o conteúdo de uma forma econômica, direta e integrada. Também é possível apresentar novos conteúdos que ainda não apareceram em livros ou artigos. Um expositor competente pode utilizar várias centenas de páginas de informações, resumi-las e apresentar todas as idéias principais em questão de algumas poucas horas.
Expositores também pode atingir muitos alunos de uma só vez. Em muitas salas, por exemplo, cabem centenas de estudantes. Sofisticado equipamento audiovisual torna possível para um palestrante ensinar a todos eles de uma vez. Mesmo no ensino de administração é comum o professor ter classes de mais de cem alunos e a aula expositiva, não obstante, pode ser uma maneira eficiente de atingir muitos ouvintes de uma vez.
Expositores, podem servir como efetivo modelo para seu público. Por exemplo, um educador em administração que utiliza apresentações refinadas com audiovisual, roteiros ou resumo para os alunos, exemplos reais e uma exposição num ritmo bem equilibrado pode estar transmitindo não somente as informações da apresentação em si, mas também idéias sobre o que funciona e o que não funciona em exposições orais.
O método de exposição coloca claramente o controle da situação nas mãos do expositor. Assim, ele(a) poderá determinar o conteúdo a ser abrangido, a seqüência na qual isso será feito, quanto tempo será dedicado a cada tópico e assim por diante. Esse controle pode ser particularmente importante quando é imperativos que certos pontos críticos sejam cobertos. Por exemplo, estudantes que serão submetidos a exames de certificação, obviamente devem receber todas as informações que serão tratadas no exame.
Aulas expositivas apresentam uma ameaça mínima para o aprendiz. Em aulas de discussão, por exemplo, as pessoas freqüentemente se sentem intimidadas pela possibilidade de que possam ser solicitadas a falar. Quando percebem que tudo o que tem a fazer é ouvir, podem relaxar e prestar mais atenção no que está sendo dito. Embora possa não ser possível determinar o estilo de aprendizado previamente, muitos dos atuais administradores cresceram durante o advento da era da televisão. Assim, eles estão acostumados à assistir e ouvir de forma passiva e inativa.
III - DESVANTAGENS DA EXPOSIÇÃO ORAL
Vendo sob outro prisma, o método expositivo apresenta várias limitações. Talvez a sua deficiência mais significativa seja a falta de feedback que geralmente acompanha as aulas expositivas. Embora um arguto palestrante possa perceber alguma compreensão através de expressões faciais e da linguagem do corpo, o feedback é, todavia, vago.
Um segundo ponto fraco do método expositivo é a passividade dos ouvintes. para a maioria das pessoas, aprender é facilitado através da execução de algum tipo de atividade. Além do mais, eles tendem a esquecer rapidamente as informações recebidas em exposições orais. Assim, a audição passiva é um veículo de aprendizado menos eficiente.
Em terceiro lugar, a duração das aulas expositivas e a extensão do interesse dos ouvintes são inversamente proporcionais. Exposições, em geral, duram de 45 minutos uma hora, e ocasionalmente, demoram mais ainda. Pesquisas mostram que a média da duração do interesse, para a maioria das pessoas, é somente em torno de 15 a 25 minutos. Consequentemente, é necessário incluir variações em uma aula expositiva, a fim de manter a atenção.
Aulas expositivas também falham ao não considerar as diferenças individuais de habilidade e experiência. O expositor tem que delimitar a apresentação no que pode ser considerado um nível médio de dificuldades para aquela audiência em particular. Consequentemente, existirão alguns na platéia para os quais a apresentação provavelmente seja muito simples e alguns para os quais deverá estar sendo muito complexa.
Aulas expositivas são inadequadas para certas formas elevadas de aprendizado. Por exemplo, exposições podem efetivamente ensinar fatos, definições e conceitos. Entretanto, elas não podem ensinar, análises, diagnósticos ou desenvolvimento de habilidades motoras. Aulas expositivas também são menos eficazes no ensino das habilidades de raciocínio e de escrita.
Finalmente, as exposições eficaz, pelo menos em parte dependentes da habilidade e prática de em falar em público do expositor. Se ele (a) é um orador limitado, tem problemas em organizar o material, ou não demonstra entusiasmo com o assunto, as chances são de que um pequeno aprendizado ocorra.


IV - MELHORANDO AS AULAS EXPOSITIVAS
Considerando o amplo emprego e o valor potencial do método expositivo, é lícito afirmar que todas as pessoas envolvidas no ensino de administração, devem interessar-se no aprimoramento de suas habilidades em aulas expositivas.

Preparar e Organizar
Um dos primeiros passos no preparo de uma aula expositiva é certificar-se que seu conteúdo é apropriado à audiência. Isto envolve a obtenção de informação sobre as pessoas que estarão assistindo e de suas expectativas em relação à aula. Preparar um sumário da exposição também é aconselhável. Isso pode ajudara focar a palestra mais especificamente no tópico de maior domínio pelo expositor, apontar áreas onde é necessário mais informação e assim por diante. A questão de se iniciar a exposição sobre princípios gerais seguidos de ilustrações e aplicações, ou começar com casos concretos e mais tarde se estender para generalizações, pode não ser respondida. Pesquisas sobre estilos de aprendizado sugerem que, ambas as abordagens funcionam para alguns estudantes. Como discutido abaixo, no tópico “Manutenção do Entusiasmo”, os autores concordam sobre a conveniência de começar com uma questão que capture a atenção dos ouvintes.
O passo seguinte é organizar o conteúdo em tópicos principais e secundários. Os pontos principais, naturalmente, constituem os temas importantes ao redor dos quais a exposição será desenvolvida. Os pontos secundários podem ser abordados se o tempo permitir.

Selecionar exemplos
O expositor deve gastar algum tempo pesquisando exemplos adequados. Por exemplo, um professor de administração desenvolvendo uma exposição para gerente do setor de varejo deve incluir exemplos envolvendo empresas como o Mappin e Lojas Americanas.

Apresentar mais de uma perspectiva
A exposição deve ser desenvolvida para apresentar uma visão balanceada do assunto. Por exemplo, se um expositor está discutindo como motivar funcionários em um dado contexto, deve, obviamente, incluir resultados de pesquisas que apoiem as técnicas que estão em discussão, assim como exemplos de como essas técnicas devem ser usadas. Paralelamente, entretanto, o expositor também deve preparar advertências apropriadas sobre situações em que essas técnicas podem não funcionar.

Falar claramente e evitar distrações
Durante a exposição em si, o expositor deve falar claramente e em volume suficiente para ser ouvido. Se a sala é grande, um microfone pode ser útil. O expositor deve também evitar usar maneirismos que possam distrair (i.e. alisar suas roupas freqüentemente) ou tiques verbais (i.e. dizer freqüentemente: “vocês sabem”, “certo”, “né”, etc).

Apresentar um sumário
Toda aula expositiva deve incluir uma introdução formal, isto é, o palestrante deve levar alguns minutos (10% do total) para explicar o que será compreendido e como isso será feito. O sumário da exposição também deve ser oferecido para a platéia, na forma de “handout”, “flip chart” ou transparência.

Enfatizar os pontos importantes
O expositor deve lembrar-se de salientar os pontos importantes. Sem dúvida, a exposição contém algumas informações que são mais importantes que outras. Os pontos chaves que precisam ser lembrados devem ser enfatizados, talvez. destacando-os no sumário.

Pausas
Finalmente, o expositor deve lembrar de parar ocasionalmente para dar à platéia, uma chance de pensar, relaxar, respirar, anotar suas idéias e assim por diante.

Manter o entusiasmo
O expositor deve empregar estratégias que mantenham a audiência estimulada e interessada. Primeiro, a exposição deve ser ensaiada até o ponto onde não é mais necessário lê-la. As inflexões de voz devem variar, bem como o ritmo e a gesticulação, todos, utilizados para enfatizar. O palestrante também deve demonstrar entusiasmo sobre o assunto. Afinal, se ele(a) não é interessado no assunto, porque a platéia deveria interessar-se?

Começar com uma questão
É sempre uma boa idéia começar a aula com uma pergunta. Isto pode servir para despertar a atenção dos ouvintes e focalizá-la no que será apresentado. A pergunta, é claro, tanto quanto o resto da exposição, devem ser focadas precisamente sobre o assunto que está sendo discutido.



Utilizar recursos visuais
O expositor deve incluir auxílios visuais. Poucas pessoas estão dispostas a se sentar e assistir alguém falar-lhes por um longo período. Ao invés, eles preferem olhar gráficos em transparências, resumos anotados em flip charts, e assim por diante.

Utilizar humor
Humor é eficiente desde que não seja empregado de forma exagerada .um comentário jocoso ou anedota ocasionais podem renovar o interesse, provendo um momento para um breve descanso mental e mantendo todos relaxados. naturalmente, se a exposição concentrar-se no humor, em detrimento do assunto principal, a platéia pode perder o interesse nas questões mais sérias que deveriam ser cobertas.
Finalmente, por causa do período limitado de atenção das pessoas é conveniente fazer algum tipo de mudança de tempo em tempo. Desde, como já vimos antes, a atenção da audiência decai pelo menos uma vez depois de 15 ou 20 minutos, o palestrante deve captar novamente a atenção, parando para perguntas, movendo-se para uma parte diferente da sala, ou usando alguma forma de mídia (recurso visual).
Apesar do método expositivo ser basicamente uma via de mão única, ainda existe alguma oportunidade para feedback e interação. Isto porque, o palestrante deve olhar para a platéia. Expressão facial e linguagem corporal podem indicar ao palestrante sobre como o material está sendo recebido, se o ritmo precisa ser alterado e assim por diante. Mas verdadeiramente, para conseguir feedback e interação, discussões periódicas precisam ser incluídas na apresentação.


V. APRIMORANDO EXPOSIÇÕES ORAIS COM DISCUSSÕES
Discussões podem ser de um poderoso acréscimo à exposição. Uma discussão fornece ao professor um valioso feedback sobre aprendizado. A principal limitação de exposições onde há apenas comunicação num só sentido é a ausência de feedback sobre o aprendizado durante o curso da apresentação. Discussões podem superar esse problema, estimulando questões e comentários dos estudantes. O expositor por sua vez, pode formular questões instigadoras, elaborar explicações mais detalhadas, e com isto avaliar a profundidade da compreensão dos participantes.
Discussões são mais apropriadas para objetivos cognitivos de ordem mais elevada; aplicações, análises, sínteses e avaliações. Sessões de discussão permitem e encorajam o aprendiz para introduzir, explorar e refinar idéias de maneiras que são impossíveis em uma aula expositiva sem debate. Elas também podem ajudar os aprendizes a desenvolver interesses e valores e podem mais facilmente mudar atitudes do que o método expositivo. Finalmente, discussões permitem aos estudantes se tornar participantes mais ativos em seu aprendizado, o que torna o aprendizado mais interessante e aumenta sua motivação para aprender.


V.1. O Instrutor como Facilitador
Na maioria dos casos, tópicos novos e importantes devem ser cobertos antes da discussão pela aula expositiva, leituras, filmes ou outros recursos. Professores experientes freqüentemente alternam períodos dedicados à exposição para ensino de conteúdos através de períodos de discussão, para avaliação do aprendizado e esclarecimento de dúvidas. Durante os períodos de discussão, o papel adequado do professor é facilitador. Os seguintes comportamentos tendem a ser facilitadores:
Ouvir - Atentar para os argumentos que os estudantes estão tentando articular e não apenas seus argumentos (considere os sentimentos bem como os pensamentos deles)
Observar - Prestar atenção não apenas ao conteúdo, mas no processo grupal. Por exemplo, observar quem está respondendo para quem, e os comentários daqueles que são geralmente ignorados pelo resto do grupo.
Permita pausas e silêncio - Aprendizes precisam de tempo para pensar. Então nós devemos exercitar a mais difícil habilidade para os professores que é manter-se calado. Isto é necessário se os estudantes vão responder questões complexas. Se o silêncio persiste, use questões abertas em vez de perguntas fechadas (respostas do tipo sim-não). Solicite opiniões ou use questões divergentes que não possuem respostas simples e corretas. Se os estudantes não respondem à sua primeira questão, refaça-a, fornecendo um palpite ou direcione para alguns aspectos discutidos previamente.
Registre e verifique o que está sendo dito - Periodicamente, dedique um tempo para resumir ou escrever em um flip chart seu entendimento dos problemas, posições, soluções ou respostas que estão sendo desenvolvidas pelo grupo. Depois teste a compreensão destes pontos. Use frases simples e demonstre relações com gráficos.
Solicite exemplos ou ilustrações - Quase todos os especialistas concordam que usar exemplos ajuda o aprendizado das pessoas. Quanto mais complexo ou abstrato o material, mais úteis as ilustrações se tornam.
Encoraje e reconheça as contribuições - Ampla participação em discussões eleva seu valor. Esteja especialmente alerta para dicas não verbais que indicam estudantes que não estão participando têm algo a dizer; chame-os. (Você pode ter que desencorajar os excessivamente falantes chamando-os por último ou dando-lhes menos feedback positivo). Ocasionalmente, comente positivamente sobre as contribuições do grupo mas, evite responder a todos os comentários. Apenas se mantendo em silêncio entre os comentários dos participantes você pode estimular a discussão entre os membros do grupo.
Teste o consenso - Se todos concordam, a discussão cessará. Tome cuidado com concordância prematura. Se o grupo demonstra ter atingido um consenso, teste parafraseando sua compreensão. Freqüentemente somente os falantes concordaram e há ainda posições divergentes a serem exploradas.
Forneça um resumo e/ou conclusão - Levando alguns minutos durante a discussão ou pelo menos no final para resumir os pontos principais que foram discutidos, você provê os estudantes com um senso de fechamento e os ajuda a se lembrar. Torne explícito quaisquer conclusões que tenham sido obtidas pelo grupo.

V.2. Desvantagens das Discussões
Como todo método de ensino, discussões apresentam vantagens e desvantagens. Pode ser difícil obter a participação em algumas sessões. Discussões podem ser ameaçadoras, especialmente para novatos, que sentem que ele(a) nada tem a dizer, mas também para gerentes experimentados que não tem vontade de se expor. Além do mais, em algumas culturas, especialmente em algumas culturas da Ásia, é considerado inapropriado se sobressair ou mostrar-se muito afeito em um grupo.
Uma outra característica das discussões é que elas consomem mais tempo que uma simples exposição. O observador inexperiente pode sentir que o ritmo vagaroso significa que nada está acontecendo. Se quantidades significativas de conteúdo difícil tem que ser coberta, a exposição oral (sem discussões) pode ser mais apropriada.
Finalmente, discussões eficazes requerem mais planejamento e preparação do que uma exposição oral. Elas não são oportunidades para que o professor descanse. Mesmo a preparação não pode assegurar que a discussão seguirá direção desejada. Até certo grau o líder da discussão deve levá-la onde as questões e o interesse da audiência desejarem. Depois de algumas poucas experiências mal sucedidas o professor pode buscar refúgio em um método mais previsível - a exposição oral.


VI. CONCLUSÕES
A aula expositiva e a abordagem de discussão para uso na Educação e Treinamento em Administração é bastante difundida. Ela oferece numerosas vantagens, bem como desvantagens. Felizmente, aula expositiva eficaz é uma habilidade que pode ser aprendida. E existem diversas técnicas úteis que qualquer um pode empregar para aprimorar seu estilo de apresentação em aulas expositivas.

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